São Vicente foi o nosso próximo destino na viagem pelo arquipélago de Cabo Verde. Para chegar à ilha, preferimos o avião mais uma vez – clique aqui para entender o motivo. Imediatamente, fomos recepcionados por Cesária Évora, a cantora de maior reconhecimento internacional da história da música popular cabo-verdiana. Ok, na verdade, uma estátua de 3 metros de altura da cantora recepciona todos os turistas que chegam ao aeroporto internacional que leva o seu nome.
Aliás, o cenário musical de São Vicente é famoso não apenas por conta de Cesária, sua filha mais ilustre, como por abrigar alguns festivais que atraem gente de todas as partes. O Festival de Música da Baía das Gatas, por exemplo, já teve apresentação de brasileiros. Igualmente, o carnaval da ilha tem fama de ser bem animado. Desde já, eu adianto que esta é a ilha que consideram mais parecida com o Brasil – e penso que muito de sua música tem a ver com essa história.
A capital da ilha ou sede do concelho é Mindelo (a segunda maior cidade de Cabo Verde) e foi onde ficamos hospedados – já, já falo mais sobre isso. Mas vou logo adiantando que o visual da cidade impressionou desde a chegada.
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Ilha de São Vicente – Um pouco de história
Em comparação com as demais, São Vicente é a quarta menor ilha em tamanho, porém é a segunda mais povoada. Embora tenha sido descoberta em 1462, permaneceu praticamente desabitada até meados do século XIX, quando sua capital ganhou importância por conta de seu porto.
Os ingleses estabeleceram um acordo com Portugal para criar um centro de abastecimento para os navios na rota do Atlântico. Assim, Mindelo acabou tornando-se uma cidade cosmopolita, graças ao encontro de marinheiros de diversas origens. Para além do porto, a cidade tem um parque industrial dinâmico que se concentra nas atividades de confecções, calçado e transformação de pescado.
City tour em Mindelo
Assim que chegamos a Mindelo, percebemos como a cidade tem fortes traços coloniais. Igualmente a Cidade de Praia, a arquitetura colonial na região central é bem marcante em inúmeros edifícios e casas, nos jardins e até no coreto, nas ruas com passeios de calçada. De fato, nos sentimos um pouco em uma cidade portuguesa.
Aliás, Mindelo tem uma relação tão forte com Portugal, que lá encontramos uma réplica da Torre de Belém junto ao mar, da mesma forma que em Lisboa! Felizmente, há muitos mirantes que facilitam uma observação panorâmica da cidade que parece descansar sobre o mar.
Entre as obras arquitetônicas bem conservadas, destaco o Palácio do Povo. Hoje, o espaço abriga o Museu Cesária Évora, mas ainda tem traços do seu passado, quando servia de Palácio do Governador. Assim como a linda igreja do século XVIII pela qual passamos. Eu, que não sou boba, nunca perco a oportunidade de orar e agradecer!
Batendo pernas em Mindelo
Não há nada como conhecer um novo lugar a pé, não é mesmo? Pois foi o que fizemos no centro, passando por uma feirinha com produtos típicos e chegando ao Centro de Turismo Sustentável, onde os artesãos locais vendem produtos direto ao cliente final com preço justo – e o artesanato é lindo.
A Praça de África e o Mercado Municipal merecem uma visita. Por sinal, este último dá uma boa ideia da vida local. Ainda que pequeno (mas tão colorido!), nele é possível encontrar frutas, verduras e artesanato.
A Praça Estrela, parece mais uma muvuca por conta das barracas de roupas e camelôs que vendem de tudo. Contudo, tem lindos painéis de azulejo que contam a história mindelense.
Mas é agito que você procura? Então a Praça Nova é indicada para você! Ela concentra bares e discotecas onde se ouve mornas, coladeras, funaná e kizombas.
Praia de Laginha – beleza de Mindelo
Gente, a Praia de Laginha fica bem no Centro da cidade de Mindelo e ao lado do Porto. Ela tem águas de um azul turquesa tão incrível que eu não resisti: entrei de roupa e tudo! É bem verdade que ela não é muito extensa, mas eu passaria tranquilamente mais tempo por ali, apenas aproveitando a brisa e a paisagem!
Aproveitamos para almoçar lá perto, na Marina, e, no fim do dia, retornamos para apreciar o pôr do sol imperdível.
É lá onde todos se encontram: enquanto alguns vão aos bares e restaurantes, outros preferem a praia e há ainda os que praticam esportes – tudo isso ao som de muita “coladeira” e “kizomba” (ritmos de música local). Com efeito, um ponto de encontro de locais e turistas que precisa ser visitado e curtido.
Já outro ponto de encontro bem conhecido é o Bar Caravelas, onde a tradição é comer moreia frita tomando uma cervejinha ou grogue.
Tem Carnaval, sim!
Não tem como falar sobre São Vicente e não mencionar o carnaval da ilha. inclusive, a própria Cesária Évora chegou a comparar os festejos são-vicentinos à celebração que nós fazemos aqui no Brasil!
A verdade é que a origem do carnaval de lá é a mesma daqui: o festival português de Entrudo chegou por lá e por aqui na mesma época, no século XVIII. A saber, ele remonta aos festivais da antiguidade e, como no Brasil, acaba liberando geral antes do período de contrição da Quaresma.
Por cerca de um mês, a ilha é tomada pelos ensaios dos grupos que participam do grande desfile. E, assim como vemos aqui, Mindelo em peso vive o Dia de Carnaval. Fantasias e carros alegóricos seguem um tema estabelecido para o desfile diante de um júri e, ao final, há uma premiação. Por fim, o rei Momo é queimado e todos celebram o Festival das Cinzas em casa, comendo pratos típicos.
Missão: explorar a ilha de São Vicente
Monte Verde
São Vicente é de origem vulcânica, mas relativamente plana. Por isso, o ponto mais alto, com 774 metros de altura, é o Monte Verde. E este foi o nosso primeiro ponto de parada no segundo dia na ilha.
O acesso ao Monte Verde só pode ser feito por carro particular para chegar até o topo, onde estão as torres de transmissão. Dizem que a vista de lá é deslumbrante, pois, é possível avistar a Baía de Mindelo e as montanhas da ilha de Santo Antão de um lado, as praias da costa Norte bem em frente e as ilhas de Santa Luzia e de São Nicolau (essa só é visível com muito bom tempo) do outro. No entanto, apesar de ter ido até ao topo, não conseguimos ver nada, porque estava muito nublado. Por isso, voltamos frustrados da tentativa.
Aliás, na subida, senti muita emoção ao flagrar cenas do dia a dia, como o agricultor subindo a serra com seu animal para o trabalho.
Inclusive, como o dia estava nublado, acabei me lembrando da Serra do Corvo Branco, em Santa Catarina... Enfim, acabamos nos divertindo muito no passeio, embora o tempo estivesse nublado.
Baía das Gatas
Em seguida, rumamos para a Baía das Gatas. Mas não deixe o nome enganar você: a baía leva esse nome não por causa de felinos fofinhos que tomam sol na praia… mas por causa da abundância da espécie de tubarão conhecida como tubarão-gata! Infelizmente, o festival de música internacionalmente famoso só acontece no primeiro fim-de-semana de lua cheia do mês de agosto. Por isso, não o conhecemos.
De qualquer forma, eu fiquei encantada com a cor da água desse lugar! Pense em uma enorme piscina natural – essa é a Baía das Gatas! Isso porque há rochas que fazem uma barreira natural. Realmente, um lugar idílico! Também não resisti, mergulhei na água e adorei a experiência.
Praia Grande na Ilha de São Vicente
Já a leste, encontra-se a Praia Grande (ou do Norte), conhecida por seu areal. Para mim, o que mais impressionou foi o contraste da paisagem formada pelo mar e as montanhas vulcânicas.
Se você tiver tempo, sugiro ainda um pulo a Salamansa, vila de pescadores próxima à baía. Tranquilo, o povoado é ideal para passar um bom par de horas só apreciando a paisagem e agradecendo a Deus por esta vida maravilhosa.
Um pouco mais de São Vicente
E por falar em admirar a paisagem, sugiro passar no Miradouro Craveiro Lopes para ter uma boa vista panorâmica da ilha. Igualmente mais elevado, o Monte Cara (490 metros de altitude) é a serra mais emblemática de São Vicente, ficando em frente à baía de Mindelo. Ela tem esse nome em virtude de lembrar o perfil de um rosto.
Atualmente uma instalação militar, o Morro Branco também proporciona uma bela vista de São Vicente. Já a Ponta João Ribeiro é uma divisão natural entre o canal de São Vicente e a baía do Mindelo e, portanto, oferece uma espetacular paisagem panorâmica da ilha.
Arredores de Mindelo
Recomendo ainda uma visita a São Pedro e Calhau, ambas próximas a Mindelo. A primeira tem paisagem árida e majestosa, sendo, por isso, ideal para a prática do windsurf em seu mar azul-turquesa. Já a segunda é uma pequena aldeia indicada para banhos de mar e degustação de pescados – dela, inclusive, é possível avistar a desabitada ilha de Santa Luzia.
Onde ficar em Mindelo
Preciso dizer que, mais uma vez, o Booking foi muito importante para ajudar com a hospedagem. Ficamos hospedados no Pombas Brancas Resort, hotel com localização privilegiada: numa colina que domina a cidade de Mindelo, com vista para uma baía realmente bela. A visão panorâmica da cidade no pôr do sol me deixou sem palavras – aliás, a vista a qualquer hora do dia era impressionante!
No nosso caso, escolhemos um Hotel com vista para a cidade. Entretanto, se o plano for circular mais facilmente, sugiro ficar hospedado no centro de Mindelo ou na Praia da Laginha. Estas regiões também têm muitas opções de Hotel e ainda contam com melhor estrutura de transporte. Mas não deixe de visitar o booking.com, pois com certeza irá encontrar a melhor opção de acomodação para você.
Onde comer em Midelo na Ilha de São Vicente
Também vou listar alguns restaurantes que conhecemos e gostamos da comida e do ambiente:
Martini Sunset – Comida boa e ambiente delicioso, ideal para ir no fim de tarde e curtir o pôr do sol.
Marina de Mindelo – Próximo ao Porto, bom para tomar um drinque e refrescar no meio do dia porque aliviar o calorão local é necessário.
Bar Caravelas – Fica na Praia de Laginha e é uma ótima opção para assistir ao pôr do sol.
Taverna – A nossa despedida de Mindelo foi na Taverna, restaurante de cozinha italiana. Gostamos bastante da comida e do atendimento. Contudo, mal sabíamos nós que aquela não seria a despedida afinal… Como o nosso voo acabou sendo cancelado, tivemos mais uma noite em São Vicente.
Como se locomover na Ilha de São Vicente
Para fazermos o city tour e conhecermos os arredores de Mindelo, optamos por contratar um carro particular. Paulo, nosso guia e motorista nos foi indicado pela recepcionista do Hotel e foi uma excelente opção.
O preço acertado foi bom, já que éramos em quatro pessoas. Além disso, foi um excelente custo benefício, uma vez que ficamos o dia inteiro conhecendo Mindelo e seus arredores. Deixo aqui registrado o nosso agradecimento ao guia Paulo que nos apresentou aos encantos de São Vicente.
Já para circular na cidade de Mindelo, optamos por andar de táxi, pois o valor é fixo independente da distância (150 escudos diurno e 200 escudos noturno) – portanto, sem taxímetro. No entanto, a exceção é o trecho para o aeroporto, mais caro (1000 escudos) porque o local é mais afastado.
Em primeiro lugar, informe-se logo que chegar à cidade sobre os preços atuais. Contudo, tome cuidado sempre o cuidado de, ao entrar no táxi, confirmar o valor a ser cobrado. Mas, se o que você busca for um transporte local e mais barato, siga para a Praça de Estrela, de onde partem os Hiace (ou aluguer, ou coletivo – o que a gente chama de van) para todos os pontos da ilha.
Pensa que a viagem chegou ao fim aqui? Posteriormente, fomos para Santo Antão, saindo de barco de São Vicente. Por sinal, esse destino seguinte é facilmente avistado de Mindelo em dias de sol. Mas essa é história para outro post! Aguarde para saber mais sobre as minhas impressões do arquipélago cabo-verdiano!
Sobretudo, leia aqui tudo sobre os nossos destinos em Cabo Verde:
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Boa Vista, a Ilha das Dunas em Cabo Verde
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