A Ilha de Boa Vista (ou Boavista), em especial, foi um achado! Surpreendentemente, diversidade, belezas naturais e um povo muito receptivo foi o que encontramos em nosso primeiro destino no arquipélago africano.
Assim, nosso primeiro destino em Cabo Verde foi Sal Rei, capital de Boa Vista.
Desta forma, chegamos do Brasil na Ilha do Sal e seguimos para Boa Vista de avião, desembarcando no Aeroporto Internacional Aristides Pereira no Rabil.
Como eu já disse em meu primeiro post sobre Cabo Verde, viajar de avião ainda é a melhor opção de transporte entre as Ilhas do arquipélago de Cabo Verde.
Assim, leia abaixo tudo sobre o Arquipélago:
Cabo Verde, um destino imperdível na Costa Africana
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A Ilha de Boa Vista
Boa Vista é a terceira maior ilha do país insular, porém é uma das mais planas do arquipélago.
Assim, seu ponto mais alto é o Pico d’Estância, com 390 metros. Com 55 km de praias de areia branca e mar de água limpa e cristalina, outra marca forte sua é a presença das tamareiras, vegetação típica do lugar.
Inicialmente, Boa Vista foi destinada à criação de gado, como aconteceu com outras ilhas de clima mais árido e de água escassa. Mas o cenário mudou no início do século XVII, quando foi descoberta a boa qualidade do seu sal – produto que já era comercializado na Ilha de Maio. Os ingleses foram os grandes responsáveis pela exploração do produto no local. Atualmente, Boavista tem recebido grandes investimentos para o turismo local, especialmente para os grandes resorts que têm sido construídos mais ao sul da ilha.
Outro famoso produto de exportação da ilha é a morna, um dos estilos musicais mais popular do país. De fato, o gênero é considerado um símbolo cabo-verdiano, como o samba é para nós. Tradicionalmente tocada com instrumentos acústicos, sua música reflete tanto o romantismo como o amor à terra de seu povo.
Como se locomover na Ilha de Boa Vista
As opções para se locomover na Ilha de Boa Vista são as seguintes:
- táxi;
- vans que circulam de forma regular (mas com horário incerto);
- aluguel de scooter (opção mais barata, porém não a mais indicada, já que a sinalização na Ilha não é boa);
- aluguel de quadriciclo (com ou sem guia);
- fechar tours já com tudo incluso – carro, motorista e guia.
Bom, tudo vai depender do que você está disposto a gastar com sua estadia. Como era mais conveniente e melhor para mim, eu escolhi a última opção.
Ademais, não considerei a possibilidade de alugar um carro, pois as estradas da Ilha são ruins e sem sinalização. Além disso, praticamente não tem sinal de celular e internet, o que dificulta a utilização de aplicativos de localização.
Entretanto, tenho uma dica útil para aqueles que querem economizar: chegando ao aeroporto, busque as vans que deixam os passageiros na praça central da cidade ou opte por um táxi do lado de fora. Isso porque o valor cobrado dentro do aeroporto é tabelado e elevado.
No meu caso, o Hotel Ouril Agueda me ofereceu um transfer e aceitei, pois considerei mais conveniente. Por esse transfer, do aeroporto para o hotel, paguei 10 euros. E, como éramos quatro pessoas, o custo-beneficio fez valer a pena.
O que conhecer na Ilha de Boa Vista
Sal Rei
Sal Rei, a capital de Boa Vista, é uma cidade pequena, ainda não de todo descoberta pelos turistas – mas com belas praias. De maneira geral, é lá que fica a maior parte dos bares restaurantes da Ilha de Boa Vista. Ainda assim, é uma cidade muito pacata e tranquila e foi lá também que ficamos hospedados – vou contar logo abaixo.
Praia de Estoril
A linda e tranquila Praia de Estoril fica em Sal Rei. Essa praia é uma delícia, com águas tranquilas de cor verde/azul turquesa. Assim, nesse cenário de sonhos, assistimos ao pôr do sol mais bonito da Ilha. Também tivemos o privilegio de ficar hospedados nessa praia e observar, no fim do dia, o movimento dos locais que vêm tomar banho, nadar e curtir o pôr do sol – assim como os cachorros, que também compareciam ao espetáculo.
Principalmente, fizemos caminhada na praia para aproveitar o fim de tarde. E como as tartarugas marinhas e os pequenos tubarões cação nadam bem perto da areia, observamos a rica fauna local. Além disso, foi possível nos encantar com a beleza incrível de todo o conjunto: mar, águas tranquilas, dunas… enfim, um lugar que transmite muita paz.
A Praia de Estoril também possui vista para o Ilhéu de Sal Rei. Embora fosse possível chegar a ele a nado ou alugando um caiaque ou barco, nós não chegamos a conhecer.
Tours ao redor da Ilha de Boa Vista
Anteriormente à viagem, pesquisei bastante sobre como me locomover dentro da ilha de Boa Vista. Por isso, acabei optando por contratar dois dias de tour pela Ilha com carro 4X4 com a Silver Tour. Como chegamos num fim de tarde, então, logo no dia seguinte fizermos a parte Norte e Sul; já no segundo dia, fomos à parte sudoeste da Ilha.
Atrações da parte Norte e Sul da Ilha de Boa Vista em Cabo Verde
Dunas e Praia de Chaves
Primeiramente, começamos pela Praia e dunas de Chaves. Lá ainda é possível ver os vestígios da antiga fábrica de cerâmica dos Ben’Oliel. Imprevistamente, a ruína da chaminé se destaca em meio ao mar de areia que termina em um mar de águas azuis perfeito e convidativo para o banho.
Fiquei absolutamente encantada coma as dunas, visto que são móveis e mudam todos os dias. Ademais, elas fazem uma formação de ondas bem diferente do que eu já tinha visto! Já a praia deserta com um mar lindamente azul formava um conjunto simplesmente deslumbrante!
Praia de Varandinha ou Varadinha
Posteriormente, rumamos para a Praia de Varandinha, onde a cor do mar não deixou de me impressionar – fiquei apaixonada! A linda praia tem atrações à parte, a exemplo do farol e das grutas esculpidas pelo mar.
Destaque para a Gruta de Bracona, uma obra incrível da natureza. A partir dela, tive uma das vistas mais incríveis de toda viagem, com a gruta emoldurando o céu e o mar; um cenário perfeito! Agora atenção, pois chegar até aí é para os fortes, uma vez que a praia só é acessível com 4×4 para vencer as dunas.
Em frente a ela, em uma pequena ilha, ficam as ruínas do Forte dos Duques de Bragança que protegia a área – mas é preciso contratar um barco para chegar lá.
A incrível Praia de Santa Monica em Boa Vista
Logo depois, fomos à Praia de Santa Mônica, considerada a praia mais bonita da ilha. Posso ser sincera? É linda demais mesmo! São 22 km de praia deserta, com lindas dunas em alguns trechos, que leva esse nome em referência à sua homônima na Califórnia. O único porém é que não há uma boa estrutura para receber os turista, mas, por outro lado, isso também é uma atração.
Povoação Velha
Igualmente interessante é esticar o passeio até a Povoação Velha, a primeira capital de Boavista, lá no fim do século XVI. Hoje é uma cidade pacata e tem a agropecuária como principal atividade econômica. Vale a pena conhecer a Capela de Santo Antônio, construída em alvenaria e pedra rebocada no início do século XIX, além de descansar num banco da Praceta de Santo António. Lá também tem lojinhas de artesanato e pudemos observar como vivem os moradores do local.
Deserto de Viana
Depois, fomos ao Deserto de Viana, que ocupa cerca de ¼ da ilha e é um dos locais mais incríveis, com dunas de areia a perder de vista. Tudo isso em meio a lindas praias! A areia trazida do continente africano, lá do deserto do Saara, pelos ventos origina a formação do deserto. Adorei conhecer e me diverti bastante por lá (mas o sol estava rachando na cabeça…kkk).
O fim da estrada que passa pelo deserto esconde cidadezinhas charmosas e convidativas (Fundo da Figueira, João Galego e Cabeça dos Tarafes) para experimentar a comida local – sim, mais uma vez, o destaque são os frutos do mar. Posteriormente, tivemos tempo para fazer compras nas lojinhas locais e visitar a fábrica de argila de Rabil.
Povoação de Rabil
Passamos também pela povoação de Rabil, que foi a segunda capital da ilha e tem uma escola de olaria onde são fabricadas lindas peças.
E, após visitarmos todas as atrações acima no turno da manhã, retornamos a Sal Rei para almoçar em um restaurante típico local em que comemos cathupa (vou contar abaixo). Já à tarde, continuamos nosso passeio pela Ilha.
Túmulos de Benoliel
Em seguida, fomos aos Túmulos de Benoliel visando conhecer um pouco sobre os reflexos da história mundial em Boa Vista. Assim, ficamos sabendo mais sobre os Benoliel, família judia do Marrocos que imigrou para a ilha no fim do século XIX.
Capela de Nossa Senhora de Fátima
E nosso segundo destino da tarde foi a Capela de Nossa Senhora de Fátima. A capela, que foi construída em 1928 e está localizada nas proximidades de Sal Rei, pertencia à família David Benoliel. Como a esposa era católica, então o marido construiu a capela em sua homenagem.
Depois da morte da família, a capela foi completamente abandonada, transformando-se numa autêntica ruína. No entanto, em 2015, a capela foi reconstruída pela família Pancini que, então, doou à Igreja Católica. Fiquei encantada com a pequena capela e também com a natureza belíssima ao seu redor, já que tem uma linda vista para o mar.
Cabo de Santa Maria
Mais um lugar lindo que conhecemos: a Praia de Santa Maria ou Cabo da Boa Esperança. Quem vê a beleza do lugar não imagina o perigo que se esconde por debaixo da água azul do mar. Os extensos bancos de coral, lar da rica fauna marinha, foram os responsáveis por alguns naufrágios que fazem parte da história da praia.
Aliás, o último, do navio espanhol Santa Maria, encalhado na areia desde 1968, dá nome ao local. Curiosamente, dizem que o destino desse navio na época seria o Brasil.
Mas o triste mesmo, infelizmente, foi ver o indício da falta de respeito ao meio ambiente, pois havia muito lixo espalhado por toda região. Quando perguntei sobre isso, fui informada que o lixo é trazido de diversos locais do mundo por correntes marítimas. Porém, também soube que, eventualmente, ocorrem mutirões de limpeza no local.
Comunidade de Bofareira em Boa Vista
Finalmente, encerramos o tour na pequena e pitoresca Comunidade de Bofareira. Sobretudo, eu gostei do clima pacato e simples da localidade, com as poucas casinhas coloridas. Assim como do povo animado que tomava grogue no bar da pracinha.
Atrações da parte Sudoeste da Ilha de Boa Vista
Fonte Vicente
Surpreendentemente, a Ilha das Dunas (Ilha Boa Vista) alterna a paisagem das praias mais incríveis com a paisagem desértica. Dessa maneira, isso me lembra de forma muito forte o meu sertão baiano. Mesmo que no meio do deserto, não há como não admirar o poder da Natureza, especialmente quando encontramos oásis com árvores verdejantes.
Esse lugar é a Fonte Vicente, um oásis no meio do nada. Lá encontrei a árvore baobá (sim, aquela mesma do livro “O Pequeno Príncipe”), amendoeiras e tamareiras.
Curral Velho
Nossa segunda parada foi o Curral Velho. Atualmente uma vila de pescadores abandonada, é provavelmente a mais antiga da ilha, que remonta ao século XVII. Dessa forma, suas ruínas demonstram que ali já passaram muitas vidas e histórias, além de atiçarem a curiosidade sobre como aquelas pessoas viviam. Como se não bastasse, rende boas fotos…kkk.
Em seguida, bem próximo ao Curral Velho, visitamos as antigas salinas, que atualmente não estão mais sendo exploradas, uma vez que estão mais distantes e porque há dificuldade de transporte na Ilha.
Praia de Ervatão
Igualmente conhecida como Praia de Ervatão ou Ponta de Ervatão, é uma linda praia e também um local de desova e reserva natural de tartarugas marinhas. Além disso, há trabalhos de preservação desde 1998 no local, por exemplo, o acampamento de sensibilização e formação para a defesa das tartarugas, envolvendo também ações de vigilância. Já em 2009, foram identificados 8 mil ninhos de tartaruga em Ervatão.
Mas o que me chamou mais a atenção foi o contraste da região. Além do mar azul, com águas transparentes, do outro lado, também encontramos uma região muito árida de origem vulcânica – uma imagem realmente muito impressionante.
Fundo das Figueiras
Com o fim de almoçarmos, paramos na Aldeia Fundo das Figueiras. Por conseguinte, fomos ao Restaurante Reencontro (adorei!) e fiquei bastante impressionada com a tranquilidade daquele lugar.
A incrível Route 66 em Boa Vista
Logo após o almoço, retornamos para Sal Rei, mas, dessa vez, por uma estrada popularmente conhecida por lá como Route 66. Sim, é uma referência à famosa Route 66 americana, igualmente marcada por montanhas, diversidade e muita aridez.
Curiosidades sobre a Ilha de Boa Vista
Inesperadamente, não encontramos muitos turistas europeus pela Ilha, exceto no aeroporto e em algumas atrações turísticas – embora o fluxo proveniente da Europa seja até significativo. Na medida em que esses turistas chegam à Ilha, imediatamente seguem para os grandes resorts. Inclusive, muitas vezes, sequer frequentam ou consomem nas aldeias locais, o que consequentemente acaba não gerando renda e desenvolvimento econômico para a população.
Observação das baleias
Aliás, tenho que lembrar que a Ilha das Dunas também é conhecida pela observação das baleias no inverno – em especial, de dezembro a maio. Infelizmente, estivemos em Boa Vista em setembro e, nesse período, as baleias não estavam passando por lá. Quem sabe não faço uma nova visita no futuro bem nesse período?
Minha estadia em Boa Vista
Inegavelmente, o bom e velho Booking não me decepciona! Pois foi a ele que recorri para escolher o hotel em Sal Rei. Por fim, nos hospedamos no Ouril Hotel Agueda, na Praia d’Estoril. De beleza impressionante, a praia é lar de uma rica fauna e, dessa forma, vimos tartarugas e pequenos tubarões nadando nas águas tranquilas e límpidas.
Super valeu a pena por conta da vista com que fomos brindados a cada dia na cobertura do hotel! Por isso, eu sempre indico a visita ao booking.com para encontrar a melhor opção de hospedagem.
Ainda tive a oportunidade de provar e aprovar um prato típico local: a cathupa. Feito com feijão e milho, o prato conta também com legumes, como batata e banana cozidas, servidos a parte. Uma vez que os ingredientes variam, a cathupa pode ser rica (com vários tipos de carne) ou pobre (só com peixe). Além do mais, pode ser servida refogada na frigideira no dia seguinte, sem o caldo, como café da manhã.
Embora seja uma das maiores ilhas em tamanho, Boa Vista é uma das menos povoadas do arquipélago. Ademais, o litoral super agradável e de clima relaxante contrasta com o interior coberto por desertos planos. Desse modo, foi exatamente esse contraste que me encantou e me deixou realmente impressionada!
É possível tanto praticar mergulho ou kitesurf na praia, como explorar o interior com jipe ou cavalo. Agradecemos ao nosso guia, Silvestre Fernandes, por nos apresentar sua bela ilha. Certamente, amamos cada dia da nossa estadia por lá.
Sobretudo, a minha experiência na Ilha de Boavista
E, enfim, Boavista é, em resumo, um destino para os mais diferentes gostos. Afinal, é possível fazer um passeio em um deserto à beira-mar, pois o Morro de Areia tem esse incrível cenário em que o fim do deserto culmina no mar azul. Assim como passear por praias paradisíacas e desertas, além de conhecer histórias e vilas. E ainda viajar no tempo, ver a preservação dos animais e também andar na “Route 66”.
E, por fim, poder curtir um lindo pôr do sol numa praia de sonho.
Então, gostou de saber mais sobre a minha estadia no arquipélago de Cabo Verde? Pois fique ligado e leia também os demais posts sobre o arquipélago e suas ilhas. Da Ilha de Boa Vista seguimos para a Ilha de São Vicente, mas, antes, tivemos uma conexão na Ilha de Santiago que nos permitiu conhecer um pouquinho da Cidade de Praia, capital de Cabo Verde.
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Adorei saber um pouco mais sobre Boa Vista, com certeza a ilha das Dunas vai entrar no meu roteiro quando for para Cabo Verde. Adorei as dicas
Tem que incluir mesmo Diego. Eu adorei conhecer.
Norma, mas que lugar maravilhoso!! Não conhecia e me apaixonei ao ler seu texto! Já entrou pra minha lista de desejos! Seu texto Boa Vista, a Ilha das dunas em Cabo Verde me encantou!
A Ilha de Boavista foi para mim muito surpreendente também. Cabo Verde tem uma cultura muito rica. Valeu a pena conhecer.